Você precisa se casar?

Perfil jovem, 29 anos, pós graduada, bonita, educada, por vezes mau humorada. As pessoas não se conformam...Ou talvez queiram me colocar num modelo pré determinado que me incomoda, me ofende e por fim me deixa mau humorada e irritada.
Morando nesse interiorzão (por tempo determinado que isso fique claro), sou obrigada a conviver com comentários machistas, com "conselhos" e "falas" que me ferem de morte.
Algumas semanas, alguns dias, minha vida livre incomoda mais que o normal, sempre, sempre fui alvo de comentários, de questionamentos e encheções de saco de todas as formas sobre minha vida amorosa.
Fiz terapia durante um ano para entender que não, não há problema algum em ser solteira e não agradar sua família medieval e muito menos a sociedade.
Não, também não sou solteira pela simples opção de ser. Já me apaixonei, esse coração aqui já sofreu por amor já quebrou a cara, mas a pequena grande diferença que muda tudo é simples, eu amadureci o suficiente para saber que para ser feliz não preciso ter alguém.
Essa semana em especial, respondi de segunda a sábado pessoas que me vêem e logo em seguida olham para minha mão e me questionam onde está meu namorado, noivo, marido e claro logo em seguida sou recriminada, chamada de velha, que devo pensar no matrimônio e na maternidade.
Respiro fundo, tento entender que lido com uma sociedade patriarcal e muito...muito machista, respondo que estou bem, sou feliz, não me apaixono facilmente, não conheço pessoas do meu perfil nessa micro cidade, não estou a procura de nada.
Me chamam de fria, logo em seguida ouço que ainda tenho jeito, que um homem vai me convencer. Não querida sociedade, não preciso ser convencida de nada, preciso apenas deixar de ser questionada por ser diferente.
Um dia ou outro, pressionada por tantos questionamentos me vejo em desespero porque afinal de contas sou velha? E o futuro filho? Você não quer ter um bebê! Como assim você ainda quer estudar? Já deu né, tá na hora de casar...

E se eu fosse um homem?
Seria questionada?
Quero viajar, quero sim estudar, quero encontrar um emprego onde eu vá trabalhar com prazer e não com desânimo. E se no meio dessa estrada houver alguém, que me surpreenda eu lhe darei a mão e iremos seguir.
Difícil mesmo são os outros. O inferno são sempre os outros.

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