Coisas velhas, e talvez até sem mais importância.


Os corpos se reencontraram,
Eu senti o seu abraço.
Num instante me pareceu frouxo, já não me servia mais
no outro momento do surto após os segundos de excitação pelo reencontro
me vi perdida, deslocada
me senti voltando ao passado
me colocando na fotografia ilustrada através de uma montagem.
Eu era a figura desforme do espaço, não combinei com a mobília e muito menos com
os rostos que estavam ali.
Talvez eu não devesse estar ali.
Meus olhos buscavam incessantemente aquilo que havia procurado a meses
como um cão perdido do dono,
eu buscava e articulava as palavras tentando encontrar
e movimentava o corpo de acordo com o que achei que me traria os resultados esperados.
Lutei com as sombras, com o que restou.
E o que restou era tão pouco, tão pouco de tudo.
Eu me senti a criança ao descobrir que seu monstro assustador era a sombra da árvore pela janela. Decepcionante.
E caminhei em direção ao vazio que esperava encontrar, para que assim eu pudesse
conversar comigo mesma como tantas outras vezes.
Caminhei
e ele me acompanhou, como o dono do cão perdido.
E como que no fim de um filme triste eu recebi o abraço de verdade
aquele que te ergue sobre as coisas ruins.
Me virei logo após sentir meu corpo pulsar pelo dele,
me virei e parti.
Até onde irei ainda não sei,
ainda caminho, só.

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