E eu durmo cedo, 
Acordo tarde.
Mudo do quarto para a sala, da sala para o jardim,
sinto falta dos cachorros, sinto falta dos meus livros que eu ainda nem li.
Sinto falta dos meus cedros, do cheiro deles depois da chuva,
do pão que vinha do céu.
Das avós adotivas, sempre a reclamar do verão.
Daquele rasque siberiano da vizinha que eu sempre cobicei para mim.
Sinto falta.
Das minhas caminhadas que aqui já não há como mais continuar.
Sinto falta, das conversas, dos amigos.
Dos meus sapatos...Das minhas bolsas.
Da minha vida.
E vou sentir todos os demais dias, 
vou sentir vontade no inverno de usar meus cachecóis e não vou precisar...


Mas sem ao menos tardar, meu teto eu vou moldar
meu lindo chalé com grama, roseiras e azaléias.
O piso de madeira, as fotografias, a bagunça.


Logo mais, não vai tardar.

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