A mesma canção.

Nada ficou no lugar, nada está como deveria... Estou num estado em que não me acho. Fazendo coisas que há dias atrás tinha me prometido nunca mais fazer, ou pelos não os fazê-lo pelos próximos 10 anos.
Estou numa bagunça só, na incessante busca de sentimentos perdidos e na ânsia de afogar os que ainda tentam me dominar.
Muitas vezes eu ouvi dizer que o passado pode ser enterrado, que só vive dele aqueles melancólicos que não sabem ver a beleza dos dias presentes, engano meu ter acreditado nisso. Talvez não tenha sido um verdadeiro engano, tenha sido a única forma que encontrei de lutar contra mim, contra meu comportamento de fantasiar uma vida que não existe.
Malditos dias em que essa fantasia toma forma, injeções de adrenalina na veia de um viciado... Palavras que me dão corda tempo demais, palavras que são ditadas a revelia.
Minha cabeça se torna a ilha da fantasia, passo a viver de suspiros, nada parece real nem mesmo o chão que piso, mas a dor o sofrimento a ansiedade... Ah... Eles são bem reais.
Comportamento masoquista acho que sim. Não gosto de sofrer, mas quando me percebo estou entrando de cabeça num campo minado em que eu já sei quem irá sair lesado, mutilado e ainda mais posso enxergar o sorriso do vencedor, um sorriso de superioridade um sorriso daqueles que tem a consciência de que tem grande poder sobre os sentimento do outro.
Ainda ouço a mesma canção, os personagens ainda são os mesmos. O cenário esse mudou um pouco, existe mais cor, mais alegria... Mas o final nunca muda, o publico já sabe de cor, e mesmo a autora disso tudo tendo o poder de mudar esse final, não encontra outra saída a não ser arriscar sua personagem mais querida no imenso campo minado, colocá-la frente a frente a sua maior conquista de antes, para vê-lo sorrir vencendo.
Mas nem sempre os personagens seguem a risca o que lhes foi escrito, quem sabe o vencedor não resolve abraçar a idéia de todos sorrirem no final.