Não há mais espaço.


Não há mais espaço, fecharam a porta, passaram o trinco, as janelas foram tapadas com madeiras e o ar começa a ficar pesado...Pesado cada vez mais difícil de entrar pelas narinas e conceber à vida aos pulmões.
Vejo restícios de sol que ainda infligem às frestas da madeira, trazendo aquilo que sempre vi de longe, claridade e vida.
Estou me matando, me mutilando me ferindo, tentando de certa forma me castigar por ser como sou...
E logo vejo, não há como voltar atrás, o tempo perdido, perdido está. Aquela sensação de arrepio, de calafrio está de volta e eu sei o que ela quer dizer, não há um elemento que provoque calor, um só, nenhum sequer aqui dentro.
Não é um manuscrito, escrito para alguém a não ser a mim mesma, aquela que não é mais a menina contente. Acabou o otimismo, não fui eu quem o afungentou, ele se foi, e eu o vi indo e nada pude fazer, as circunstancias não me permitiam agarra-lo nem mesmo com a ponta dos meus dedos.
Se foi, a imaginação já não sabe mais me pregar peças... Nem eu mesma sei mais mentir para mim.
Estou me mutilando, quero me ferir, quero chorar a dor passada, viver de melancolia.
Não posso mais deixar de ser especial. Tenho que me lembrar além de tudo que não há ninguém em casa, e mesmo assim ainda sentirão a minha falta, ou não?
Como diria o grande poeta de várias faces Fernando Pessoa...”Não sou pessimista, sou triste”.




Comentários

  1. Ah não conto aeeuahaeuihaeuuaeeauaeuheau

    Mas vc com certeza imagina o que seja.

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  2. Pessoas felizes são um saco!!! rsss
    Como diria uma máxima hermética dos Rosacruzes: Nuquaquam Vacuum - não há espaço vazio! talvez o vácuo existe na cabeça dos sorridentes por ai...

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