Nada dito.
Era como se eu pudesse escolher e o tivesse feito, ali naquela tarde nada importante, naquela sala vazia de cores e arte, sentado num canto qualquer o amor da minha vida.
Das perfeições terrenas ele fazia jus, como um deus que os gregos esqueceram de mencionar. Com seu olhar gatuno, nada oportuno despia-me sem pudor.
Aquele ardor que lhe saltava das narinas enfurecidas pelo desejo reprimido, doía cada centímetro do corpo meu,
E eu ali paralisada pela dádiva tida. Talvez um efêmero sentimento de posse tenha me tomado sem medida, sem qualquer palavra dita.
E no meio do caminho, as maos se cruzaram
e os olhos se bateram tao fortemente que vibrei.
Não era amor, esta amor romanesco
Era um acerto de contas,
do destino.
A garota não teria como escapar do que lhe fora prometido.
E a ele nao faltaria a coragem em faze-lo.
Era um acerto de contas,
um xeque mate,
a possessão, o desejo
para depois dizer um simples
adeus,
ou até logo.
Assim que cada um sorva a sua parte no trato.
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