Da terra dos mortos


Mexe em mim como se tivesse posse,
Mas a única presença que ainda tem é a de uma vaga lembrança dolorida, uma ferida em cicatrização, sensível ao toque.
Tua fala mansa, que vai se achegando perto de mim, entra pelos ouvidos e influência os batimentos cardíacos, me afeta, não é amor, é decepção, desilusão.
Vem das terra dos mortos vivos, não sabe ao certo mas quer saber, com quem anda seu coração. Se ainda por ti ele sacode.
Não sabe ao certo se ainda me quer, ou se quer ser o príncipe desvestido, desmentido. Nunca sabe ao certo a hora certa de chegar, e deixa nublado o dia de sol, trás as lagrimas que eu já tinha enxugado. Vem da terra dos mortos vivos, aquele que um dia eu entreguei a minha vida, os meus sonhos, a minha semente...vem de lá o que foi dono do meu jardim.
Agora ele quer semear, quer ser o remédio, quer ser a presença eterna. Mas o coração ferido, não fica arrependido de se negar, é um sabor de fel o que se sente, dói em mim, menos em você. Mas a ferida em cicatrização está na minha pele, eu quero curá-la. Perdôo, assim como quero ser perdoada, mas o meu pecado é menor que o seu, pois eu somente amei o caramelo dos teus olhos, e os cachos daquele seu cabelo, você sequer segurou minha mão...ao invés me deixou no fim da estrada sozinha.

Comentários

  1. homens sempre tentam possuir.
    Não conseguem entregar e ficam tomando pedacinhos de paz, ou de qualquer coisa.

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  2. como sempre...amo as imagens q vc escolhe.
    bjks
    Ana Cris

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