A certeza que o sol virá.


Sempre quando a tempestade aparece ali naquele limiar de horizonte
com suas nuvens negras, carregando o vento do mundo, as pessoas se escondem
tampam espelhos e cobrem janelas.
Eu do contrário, abro as janelas, sinto o vento chegando mais perto e mais forte.As
nuvens fazem do dia noite em segundos, e quando finalmente os pingos de chuva começam a cais, veem fortes, grandes, avassaladores, doloridos. À medida que a chuva se acalma tudo vai perdendo cor e força, as nuvens clareiam, os pingos enfraquecem, po´rém, ainda são intermitentes.
A velha máxima de que o sol surgirá depois da chuva é um fato, ele virá de qualquer forma, mesmo que a chuva demore a cessar.O que resta do campo atingido é o que se tem a discutir.
Das valas abertas, muitas encharcadas de dor, estas eu demorarei curar. Daqueles lugares encharcados de lembranças e momento vividos, demorarei a dar um jeito.
Mas com o sol intermitente, eu ainda me sinto na obrigação de me dar corda, como uma boneca com uma chave nas costas...corda, para caminhar antes que o sol desapareça, de novo.

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