Apáticos
Me parece injusto talvez, sempre escrever quando estou triste.Mais há tantas coisas das quais não consigo falar sem lágrimas eclodirem dos meus olhos como vertentes da dor.
Talvez seja injusto sofrer, sentir dor por uma banalidade para tantos, uma vaga num programa de pós graduação em história...Parece tolo, parece mecanismo de vaidade, formas de demonstrar superioridade intelectual, etc.Mais eu...Eu só queria fuçar em fotos velhas, textos nunca lidos, sentar no inverno e escrever.
É como se somente assim me fosse permitido o fazer com qualidade, tendo este aval...o de estar inserida na pós graduação, eu gostaria somente de voltar a aprender com quem sabe mais, também para ensinar mais...Eu falhei, e como todo ser humano contemporâneo me culpo até o último fio do cabelo e tomo meus remédios para dormir.Numa busca incessante por algo que me faça sentido, algo que me de prazer, que preencha os dias cotidianos e monótonos em que minha vida se inseriu.
O vai e vem da estrada, as mesmas falas, as brigas, as realidades duras, a falta de interesse, o descomprometimento, o pouco aprendizado...O tédio do trabalho...A falta de produção real de história.
Falta viço no meu trabalho, é como chegar com um belo presente caro e valioso, ao entrega-lo ao aluno o vê desprezado pela ignorância do mesmo, sem saber o que joga fora faz de quem o deu mero imbecil. A imbecil que perdeu horas pesquisando, montando, tentando fazer o máximo de coisas novas e transformadoras para que a história que perpassa ao seu redor faça sentido e lhes dê o mínimo do prazer que ela me dá ao descobrir algo novo.
Tenho alunos apáticos, sem vontade alguma, sem perspectiva de vida nenhuma e eu inocente ( ou talvez burramente) tento fazê-los querer aprender, querer ver a beleza das coisas do mundo, os fascínios que a curiosidade pode nos levar o que o aprendizado pode nos trazer, tento sempre abrir-lhes os olhos para o mundo do qual eles diariamente se sentem somente rejeitados.
Dou murros em pontas de faca 40 horas semanais...Sou professora, psicóloga, psicopata (quando quase entro em parafuso diante de comportamentos inaceitáveis em sala de aula), sou mãe sem ter instinto maternal ao ter que ouvir as histórias que os pais dos mesmos não tiveram paciência para ouvir, tento procurar uma solução para não trabalhar nos finais de semana, tento não me estressar e não cair em depressão com cenas de agressão física e moral diariamente dentro da escola...
Eu sempre fui um peixe fora d'agua, eu sempre nadei contra a corrente, eu sempre escolhi o lado oposto.Eu vim do mesmo lugar que todos eles, da pobreza, da periferia mas eu escolhi o outro lado.Eu usufrui de tudo o que eu tive de pouco e bom na infância e adolescência...Se eu conseguir salvar poucas almas no meio do purgatório em que as escolas se tornaram me sentirei cumprindo meu KARMA.
Mas não sem sofrer, e nunca sem tentar mais, tentar mais por mim mesma e não por títulos acadêmicos ou posições sociais na esfera da "intelectualidade" que tem os olhos tapados para todo o resto.
Por hora me concedo pelo menos no sentido imaginário me inserir dentro de um buraco para pensar, refletir minha própria imagem, refazer o lado borrado, secar as lágrimas, tentar de novo e de novo.
Talvez seja injusto sofrer, sentir dor por uma banalidade para tantos, uma vaga num programa de pós graduação em história...Parece tolo, parece mecanismo de vaidade, formas de demonstrar superioridade intelectual, etc.Mais eu...Eu só queria fuçar em fotos velhas, textos nunca lidos, sentar no inverno e escrever.
É como se somente assim me fosse permitido o fazer com qualidade, tendo este aval...o de estar inserida na pós graduação, eu gostaria somente de voltar a aprender com quem sabe mais, também para ensinar mais...Eu falhei, e como todo ser humano contemporâneo me culpo até o último fio do cabelo e tomo meus remédios para dormir.Numa busca incessante por algo que me faça sentido, algo que me de prazer, que preencha os dias cotidianos e monótonos em que minha vida se inseriu.
O vai e vem da estrada, as mesmas falas, as brigas, as realidades duras, a falta de interesse, o descomprometimento, o pouco aprendizado...O tédio do trabalho...A falta de produção real de história.
Falta viço no meu trabalho, é como chegar com um belo presente caro e valioso, ao entrega-lo ao aluno o vê desprezado pela ignorância do mesmo, sem saber o que joga fora faz de quem o deu mero imbecil. A imbecil que perdeu horas pesquisando, montando, tentando fazer o máximo de coisas novas e transformadoras para que a história que perpassa ao seu redor faça sentido e lhes dê o mínimo do prazer que ela me dá ao descobrir algo novo.
Tenho alunos apáticos, sem vontade alguma, sem perspectiva de vida nenhuma e eu inocente ( ou talvez burramente) tento fazê-los querer aprender, querer ver a beleza das coisas do mundo, os fascínios que a curiosidade pode nos levar o que o aprendizado pode nos trazer, tento sempre abrir-lhes os olhos para o mundo do qual eles diariamente se sentem somente rejeitados.
Dou murros em pontas de faca 40 horas semanais...Sou professora, psicóloga, psicopata (quando quase entro em parafuso diante de comportamentos inaceitáveis em sala de aula), sou mãe sem ter instinto maternal ao ter que ouvir as histórias que os pais dos mesmos não tiveram paciência para ouvir, tento procurar uma solução para não trabalhar nos finais de semana, tento não me estressar e não cair em depressão com cenas de agressão física e moral diariamente dentro da escola...
Eu sempre fui um peixe fora d'agua, eu sempre nadei contra a corrente, eu sempre escolhi o lado oposto.Eu vim do mesmo lugar que todos eles, da pobreza, da periferia mas eu escolhi o outro lado.Eu usufrui de tudo o que eu tive de pouco e bom na infância e adolescência...Se eu conseguir salvar poucas almas no meio do purgatório em que as escolas se tornaram me sentirei cumprindo meu KARMA.
Mas não sem sofrer, e nunca sem tentar mais, tentar mais por mim mesma e não por títulos acadêmicos ou posições sociais na esfera da "intelectualidade" que tem os olhos tapados para todo o resto.
Por hora me concedo pelo menos no sentido imaginário me inserir dentro de um buraco para pensar, refletir minha própria imagem, refazer o lado borrado, secar as lágrimas, tentar de novo e de novo.
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