Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar...
Fernando Pessoa


Sem inspiração ou vontade quem sabe, é como se as páginas desse diário não fizessem sentido serem escritas. Não tenho vontade, quase nenhuma de me dedicar  a produzir pequenas linhas que sequer serão lidas.Ando cansada, um desanimo me corrói o corpo, a alma e um pouco mais de mim que possa haver.Estou apaixonada...E quanto a isso não tenho o que dizer, que tentei fugir seria mentira, eu me joguei como um cão abandonado querendo colo. Eu me deixei novamente levar, e estou indo ao sabor dos ventos, das frases e afagos. Estou indo caminhando mesmo que o abismo ou as asas ainda não tenham aparecido.Me sinto presa, aprisionada pelo desejo, pelo cheiro e pela cor dos olhos. Estou arrebentada e derrubada diante da possibilidade ímpar que ainda não me tinha ocorrido em tantos anos perdidos. Estou olhando atordoada, também amedrontada as vezes e por outras passiva e calma como nunca fui.Talvez tenha chegado a hora,   talvez seja o momento ou talvez ainda não chegou.Os dias vão passando, e eu vou me aquietando, dando espaço a mim mesma e ao outro. Arrebentada e derrubada de amor.

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