De um fio ao arremate

Sabia que aqueles olhos a mirarem os meus
Com o desejo
Mas também já uma leve rejeição

Não estariam para sempre com os braços abertos a me esperar
Caminhava até ele, tropeçando, parando, relutando

Eu sei que estou por um fio
Ou talvez até ja esteja forçando um arremate

Forçando um amor que já se foi
Antes de ter brotado

Quando menino
Quando minhas palavras lhe caíam como cobiça
No meu sorriso faceto
E lhe tinha por inteiro


Agora sobrou o que faltou
Mas me pergunto toda hora
Se isso será capaz
De nos mantêr

A nos olhar nos olhos
Depois de sanada a cobiça
Depois de desvendada a paixão
de outrora

Se isso será capaz

Se nós seremos capazes de nos amar.

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