Chinelos!


Num sobressalto me levanto,
Como se de meu sono demorado,
Nem me lembra-se.
Movida ainda pela força de um sonho sonhado quase real há minutos atrás,
Busco na realidade o que a inconsciência me trouxe.
Com os pés tocando o piso frio de meu quarto,
Busco meu chinelo,
Não o encontro,
Mas hora! Onde estarás!
Tento incessantemente lembrar-me da noite anterior,
Em baixo do chuveiro a água quente me lembra seus beijos,
E tudo começa a se tornar real de novo.
Minha pele no espelho está com o tom dos apaixonados.
Tem em sua cor e o viço como um ápice,
E ainda não encontro os meus chinelos!
Sento-me para meu café,
Sinto-me anestesiada, num misto de cansaço e de alegria sem precedentes.
Trabalho o dia todo no ritmo de tarefas já decoradas, rotineiras.
E continuo a me perguntar onde estão os meus chinelos?!
Volto para casa.
Quando finalmente desligo-me das atividades corriqueiras,
Deito meu corpo cansado, mas ainda sim com um sorriso gostoso nos lábios em minha cama.
Na TV, um jovem casal se ama,
Inevitavelmente me lembro de você.
Preocupar-me em como vai ser?
Não faz parte dos amantes como nós...
Amantes de momentos,
E eu sei que você voltará,
Tem de trazer os meus chinelos.

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