Relacionamentos contemporâneos


Leio Crepúsculo mais Zygmunt Bauman também! ahahah
Resumindo eu estava neste mês entre trabalhos chatos e horários marcados me distraindo pouco a pouco com “Vidas Desperdiçadas” de Zygmunt Bauman, claro que a literatura “barata” e fácil leva muito menos tempo ou talvez nenhum pra ser lida e muito menos pra ser compreendida. Portando demorei certo tempo pra analisar todas as informações e principalmente as observações que o autor faz sobre a nossa sociedade em relação ao “lixo Humano” produzido pela globalização.
O livro é bom, na realidade eu gostei da linguagem do autor, acho que é porque ele é Sociólogo ele deve ter menos necessidade de ser chato e incompreensível como a maioria dos Historiadores tem tendência a ser, talvez porque a minha “classe” seja taxada pelas demais de arrogante, senhores da verdade absoluta e ponto final eu também não discordo disso visto como eu mesma sou.
O que importa realmente é que eu me identifiquei com o ultimo capítulo, ta este não é um livro de auto-ajuda, obviamente não, mas ajudou a eu ver que as minhas confusões internas e observações já estão catalogadas num livro,( e eu ainda nem li o Amor líquido).
Vendemo-nos por muito pouco, e a publicidade sempre nos diz que estamos “lucrando”, afinal de contas somos consumidores e mercadorias ao mesmo tempo. A modernidade-líquida faz com que os seres humanos busquem relacionar-se até certo ponto, aquele ponto onde acabam tendo que escolher perder sua independência total, o que acaba não acontecendo, mesmo que se queira muito uma companhia.
“Ele cita um exemplo dessas agências que eu chamo “Agências do Desespero”, o Fantástico já usou de uma dessas pra tentar “desencalhar” uma menina de 27 anos, inteligente, linda e bem sucedida igualmente solteira. O esquema é você conversar com diversos caras que estão distribuídos em mesas aleatórias, tem uma babaca vestida de cupido que toca um sininho de tempo em tempo pra você mudar de opção. Se der sorte no fim você marca com algum deles, simples assim.
A partir disso ele ainda fala sobre currículos on line para encontrar um namorado (coisa que eu citei no texto sobre o dia dos namorados), como ele diz é mais fácil ainda você marca encontro sem ter que olhar pra cara do parceiro nem nos quinze minutos antes que a cúpida tonta toque o sino no exemplo anterior. Simples (2).
Sobre os relacionamentos a distancia. Muito interessante as observações, como por exemplo, sobre a “esquiva emocional”, que nada mais é que viver somente a parte boa, o sexo, o bate-papo. Já as brigas, desentendimentos melhor deixá-las de lado, ou pior ainda se ameaçarem ocorrer, é hora de mandar tudo pro lixo.
Essas relações causam um eterno sentimento de que seremos abandonados a qualquer momento, talvez uma mudança na cultura dos nossos relacionamentos pudessem ajudar nesse comportamento de depressão que muitos de nós vive hoje em dia, de insegurança. Acontece que tempo é tudo e nada, não há porque esperar ou tentar, melhor mesmo é comprar outro produto, que venha sem defeitos pelo menos pelos próximos 15 minutos.
Nada pode ser pensado a longo prazo, as relações tem data e hora pra acabar, não to tentando aqui ditar o “felizes pra sempre”, mas que muitos de nós experiência minha, não nos envolvemos por que pensamos...Ah nem vai dar certo mesmo....
É tudo muito descartável, as relações estão frias e distantes, Clifford Stoll cita que “expostos a contatos facilitados pela tecnologia eletrônica, perdemos a capacidade de nos engajarmos em interações espontâneas com pessoas reais”. Fugimos da verdadeira interação é mais fácil fechar o msn, deletar o perfil no Orkut. Tem alguns tópicos interessantes:
_ Em primeiro lugar é horrível o espectro do descartável-da redundância, do abandono, da rejeição, da exclusão, do desgaste – que nos faz buscar a segurança num abraço humano.
_ Em segundo lugar, é dessa viagem que somos desviados para os shoppings. (eu faço isso).
Bem eu ainda não digeri tudo o que li nessas últimas 6 ou 4 páginas do livro, é muita informação e pior é não saber direito o que fazer com ela. Já que num primeiro momento acho que não depende só que o meu próprio comportamento de consumir pessoas e coisas possa mudar esse cenário. E se eu não dançar como a banda toca, talvez a insegurança permaneca insistentemente todos os dias.

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