Não te reconheço mais,


suas roupas são outras...
Todo dia alguém vem me dizer isso,
eu sei no que mudei. Matei o romance.
Quando a noite se aproxima e toda a ritualística de se
vestir e portar para a "caça" começa, eu me sinto segura,
dona de mim e do mundo.
Dentre todas as horas de alcool, danças acompanhadas ou solitárias,
de afagos, cochichos, beijos e perdas.Tudo parece no seu lugar,
nada parece estranho.
Quando o sol da manhã encontra os meus olhos borrados da maquiagem
pego minhas coisas e de onde estou parto,
as vezes com as pernas cansadas, a cabeça zonza,
o vento no rosto me ajuda a recobrar a memória embassada.
Durante todo o caminho de volta, que parece tão longo ainda
sinto o gosto de me sentir no poder, de minhas emoções, e dos sentimentos
alheios.
Mas eu sei que quem me manipula me tem como uma fácil marionete
me leva pra lá e pra cá.
E eu vou dançando conforme a música.
mas quando não se espera mais, o que se tem parece tão confortável.

Comentários

  1. No final todos acabamos sendo marionetes... seja sendo a responsável,manipulada pelas suas obrigações, ou sendo a baladeira louca e desvairada. Mas o que vale mesmo,é aproveitar cada momento de personalidade,pois é só o que nos resta mesmo.
    Me senti como se me olhasse há uns tempos atras no seu texto, engraçado e estranho isso! =)

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