Chega.
Eles se entreolharam, dentro dos olhos dela nenhuma emoção, estava oca.
Ele falava e articulava de maneira veloz muitos assuntos dos quais ela nem queria ouvir, fazia o tempo perdido com ele um alivio para a solidão.
Enquanto ele gesticulava sobre músicas que ela julgava ruins, enquanto ele se empolgava e buscava impressionar com coisas que para ela eram banais, ela esperava o momento de se sentir forte o bastante para lhe dar um basta.
Bastava levantar-se e sair à francesa, mas ele nunca compreenderia...Era complexo demais abandoná-lo com uma simples resposta no olhar. Ele não entenderia.
O coração dela não se envolvia, os músculos jamais se tencionaram, a linido nunca tinha sido despertada, ela nunca sorriu ao lado dele.
Era mais pobre a cada minuto que se permitia aquela angústia de mentir a si própria.
Precisava, ansiava pela liberdade perdida, encarar-se a si própria como aquela que perdeu a batalha, derrotada, abandonada em braços estranhos, frouxos.
Era hora de abrir os braços, levantar-se e ir embora, mesmo que no meio da noite, como um gato que corre pelos telhados sem barulho algum.Era hora de dizer chega, chega de brincar consigo.
"Você sabe que ainda há uma chance para você?
Porque há uma faísca em você
Você só tem que acendê-la
E deixá-la brilhar
Apenas domine a noite"
Firework Katy Perry.
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