Esperar o fim.


Ah dias tenho sentado para escrever,
como sempre escrever me parece algo necessário e urgente.
Sento escrevo e apago tudo antes que publique qualquer linha sequer.
Estou vazia, esgotada das palavras, no corpo, nas lágrimas, nas vontades
e sobretudo das saudades e remorsos que carrego.
Espero o findar do ano como quem espera a morte,
quero matar este tempo, esquecer os meses, dias e amanheceres.
Muitas coisas me marcaram, brinquei comigo mesmo como se fosse um fantoche,
uma sina doida de me vender inteira, corpo, alma e alguns sentidos que julgava ter.
Vendi minhas dores à um desconhecido de jaleco, fantasiei um final feliz para a bela cinderela.
Agora quero esperar, dar tempo ao tempo, talvez até mesmo deixar o tempo se esgotar
nem que seja num gota a gota irritante. Quero deixar acontecer e matar a agonia da minha urgencia, que me sufoca a cada passo.
Tempo que passe, leve tudo consigo
até eu mesma não me reconhecer mais.

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