Escapulo, saio a francesa.

Eu sei que quando parti não olhei para trás. Me lembro que perdi um brinco que eu adorava ele era em forma de coração, perdi no último abraço que dei em minha mãe enquanto ela chorava e pedia para que eu viesse vÊ-la logo.
Alguns dias depois não muitos recebi uma mensagem dele, "sinto saudades", achei estranhíssimo ter recebido aquilo ainda mais vindo dele, meu pai.
Nunca me relacionei com meu pai, nem bem nem mau, ele sempre esteve ali todos os dias.Ele nunca viajou, se ausentou, sempre trabalhou na cidade e almoçava e jantava todos os dias conosco, e nunca esteve presente.
Saí de casa e procurei fugir de tudo que deixei lá, nos finais de semana de visitas fecho os olhos e só vejo o cotidiano o que está realmente acontecendo ali eu não quero saber, não quero problemas, não quero me envolver.
Mas é impossível, não é mesmo querer sair à francesa da sua própria vida e história...as vezes você se choca consigo mesma, e acaba tendo de enfrentar tudo outra vez com lágrimas nos olhos, e continuar firme.