Parte


Eu já senti isso antes, já assisti essa cena antes, as malas indo meu coração ficando em cacos.
Vão passar alguns meses, e depois de anos ainda vou lembrar.Quando crio um amor passional por alguém eu vou dete-lo por toda a vida, o sorriso ao piscar dos olhos voltará, o perfume virá com o vento, o toque quase poderei sentir ao mínimo de concentração.
E os cacos são tão doloridos de serem recolocados, eu os ajeito sozinha, tendo sido eles estilhaçados por mãos pouco amorosas, nenhum deles olhou para o amor que eu tinha para dar, todo o carinho que não pude oferecer.
Da mulher que não ama eu me abstenho hoje para dizer que o amei como a anos havia fechado meu coração. As cicatrizes lhe causaram características próprias.Talvez ele tenha se tornado mais rude, duro e dolorido Seu cerne ainda suspira em meio das tristezas, ainda ecoa um pedido de chance, e as malas estão no portão...
E eu me pergunto como ah anos atrás me fiz a mesma pergunta...Quando será a minha vez? Quando as minhas malas estarão feitas?
E eu caminho para a solidão me forçando a rodear me de pessoas, eu luto contra a natureza de ser que detenho.
Me mutilo nas ações que não aprovo, eu quero fazer as malas
mas do contrário quem sentirá minha falta? Não quebrarei coração algum se sequer algum dia toquei um deles.
Eu só espero minha alforria, mudarei o endereço e o nome na esperança idiota de que meus problemas e frustrações não me encontrem no novo caminho.
Agora ficarei aqui sentindo novamente o gosto da partida nos lábios, sentindo bolas de ferros nos pés e um vazio no peito.

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