Qualquer coisa.

Qualquer noite qualquer, contendo aquele ar frio que entrava pelas narinas, que embaraçava os cabelos, que  lagrimejava os olhos...
Qualquer roupa, qualquer batom, estrelas espelhadas num manto negro de inverno. Aquela melancolia embrenhada na paz de estar e ser. Aquele doce pavor do novo, inesperado, e aguardado momento. Aquele amor de viver, aquela vida desenhada na ponta do lápis. Na palma das mãos.
Aquele tesão de acordar, ferver seu café mastigar seu pão, acariciar os cão...
Aquelas e aqueles dias...Aquilo tudo ali.
Aquilo tudo que me formatou ser o que sou, aquilo tudo que ainda grita e esbraveja por espaço dentro do meu peito, entre as minhas muralhas...Entre os espinhos e palavras ácidas, no amargor das palavras matinais, no desgosto diário do trabalho, na vida sem sentido e sem viço.
Sufocante nuvem gélida.
Então calço as minhas meias, encontro minhas luvas e me previno do que está a minha volta. E o perigo está em mim.



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