cacarecos;
Há tanta coisa,
Que quero e preciso me livrar!
São bem mais que papéis que se tornaram inúteis,
São muito mais...
Pessoas, idéias, sentimentos, pedaços de uma vida que não há mais.
Tantos cacarecos pelo chão,
E fico horas dando voltas entre eles,
Pensando em quem jogar primeiro, mas pessoas e sentimentos não estão em jogo.
Eu estou entre saber se vou perder mais que ganhar ou vice e versa.
Encontro aqueles objetos (sentidos), que insistem em ficar,
Mas eu nem mesmo sei o porquê deles um dia terem estado ali.
As coisas já não fazem mais sentido algum.
Tenho visão calendoscópia, vejo tanta coisa ao mesmo tempo...
A menina caipira indo à missa,
Quando deixei de chorar à toa, as tardes aproveitadas a bicicletas e tombos.
Crescer doeu,
Quando me dei conta de que a vida passa... Coisas boas também.
Fiquei mais insensível quando fiz minhas malas e sai de casa,
Sozinha.
Mal tenho saudades de lá,
Às vezes me culpo por isso.
Ou será culpa de lá?
Não faz sentido não sentir falta? Parece feio assumir isso.
Dizer que os amigos de antes, ou melhor, constatar que eles não eram tão amigos assim.
Saber que não vou mais voltar,
Porque a cidade, as pessoas, os lugares,
Não tem importância mais...
Eles continuam da mesma maneira, no mesmo lugar,
Quem tem que se adaptar novamente a eles sou eu.
Na esfera da pureza hipócrita e santificada de todas as famílias,
No seio do amor e incompreensão sem fim e sem medidas.
No teatro de sorrisos, com as pessoas que encenaram uma vida toda.
No resultados dos filhos e netos,
Das opiniões diversas que somente divergem não aprofundam nada.
Me adaptar, ou fingir me de surda.
No final são só duas semanas de férias...
Que quero e preciso me livrar!
São bem mais que papéis que se tornaram inúteis,
São muito mais...
Pessoas, idéias, sentimentos, pedaços de uma vida que não há mais.
Tantos cacarecos pelo chão,
E fico horas dando voltas entre eles,
Pensando em quem jogar primeiro, mas pessoas e sentimentos não estão em jogo.
Eu estou entre saber se vou perder mais que ganhar ou vice e versa.
Encontro aqueles objetos (sentidos), que insistem em ficar,
Mas eu nem mesmo sei o porquê deles um dia terem estado ali.
As coisas já não fazem mais sentido algum.
Tenho visão calendoscópia, vejo tanta coisa ao mesmo tempo...
A menina caipira indo à missa,
Quando deixei de chorar à toa, as tardes aproveitadas a bicicletas e tombos.
Crescer doeu,
Quando me dei conta de que a vida passa... Coisas boas também.
Fiquei mais insensível quando fiz minhas malas e sai de casa,
Sozinha.
Mal tenho saudades de lá,
Às vezes me culpo por isso.
Ou será culpa de lá?
Não faz sentido não sentir falta? Parece feio assumir isso.
Dizer que os amigos de antes, ou melhor, constatar que eles não eram tão amigos assim.
Saber que não vou mais voltar,
Porque a cidade, as pessoas, os lugares,
Não tem importância mais...
Eles continuam da mesma maneira, no mesmo lugar,
Quem tem que se adaptar novamente a eles sou eu.
Na esfera da pureza hipócrita e santificada de todas as famílias,
No seio do amor e incompreensão sem fim e sem medidas.
No teatro de sorrisos, com as pessoas que encenaram uma vida toda.
No resultados dos filhos e netos,
Das opiniões diversas que somente divergem não aprofundam nada.
Me adaptar, ou fingir me de surda.
No final são só duas semanas de férias...
me lembrou uma música...
ResponderExcluirEu não caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha
É que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar
Não vou me adaptar!
Me adaptar!
(Arnaldo Antunes)
De todo o seu texto muito bem escrito como sempre só um pedacinho me chamou a atenção e que concordo plenamente: 'Crescer dói'
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