O que há aqui para se sofrer?


Evaporou,
sumiu,
desamou.
Facilmente me entregou.
É por essas e tantas outras vezes que acho dificíl
quase impossível amar, me deixar e entregar amor.
Golpes sempre acabam me acertando, sendo leve e meiga
ou a guerreira armada de sempre.
Quando um coração está abandonado, é uma belíssima alcova para desconhecidos.
Eles vem chegando, vagarosamente, com palavras doces, os olhos gatunos, as mãos
faceiras,
Quando se dá conta, sua força em atingir vai além de seu físico
ele passa a ocupar grandes espaços ociosos do dia,
da sua vida.
De repente o vento muda de direção, alguma coisa sai do lugar,
ou talvez tudo esteja como semana passada, ou como foi a todos os outros dias antes de...
qualquer coisa acontecer.
Mas o que foi que aconteceu? O que há pra se lembrar ou sofrer?
Parece me pouco, mas dói
como se tivesse furado o dedo na agulha,
pequeníssimo
mas sangra e incomoda, em demasiado.

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